"Nunca a imaginação pode dizer que é só isso. Sempre há mais que isso..." (Gaston Bachelard)
Aberto,
é o que está
escrito.
Mas a
entrada,
quase não se
vê.
Não é que
seja ver nada,
mas apenas perder-se
na imensidão que se revela do lado de fora.
Hesitei dar os
primeiros passos e de repente,
voltar já
não era mais uma escolha.
Sinto a
pulsação,
Que o
surpreender-se aconteça.
Às vezes
ponho-me a imaginar:
o que terá
sido?
Talvez a luz.
Não, foi a
penumbra!
A sensação
daquele frio de repente a pousar,
aquelas
coisas que não se vê, mas se sente.
A presença é
sempre incomparável!
E se perde o
espaço,
encontra-se o
tempo.
E mesmo
gigante,
você pode tornar-se
pequeno novamente ao entrar.
A chave gira,
solta o
silêncio,
aprisiona o
tempo
e liberta o
espaço:
grande,
pequeno,
comprimido,
contínuo,
até que se
interrompa...
Medo,
encanto
espanto,
sensações
flutuantes.
Imagens,
imagináveis,
imaginários,
ou objetos
ao avesso, acumulados,
desordenados,
fragmentados,
entre ranhuras
e pó.
O cheiro,
a cor e
a (de)forma.
E como a
memória
apaga e
grava,
recria,
inventa,
esconde e revela,
se esvai
e permanece.
A porta
bate, espaço e tempo se misturam
já não se
sabe mais,
será o chão,
ou o teto?
Adriana Amaral
A
gaveta, os cofres e os armários [...]
Fotografias da série Alegorias de Alice, 2012.
Ensaio
fotográfico dos objetos da loja de antiguidades Bonsucesso na rua Rêgo Freitas,
centro de São Paulo
Técnica: fotografia digital, Impressão
colorida | dimensões variáveis
Sobre a Artista
Adriana Amaral é artista visual e professora de artes na
EMIA, seus trabalhos partem da sua relação afetiva e poética com os espaços
visíveis e invisíveis percorridos pela cidade criando imagens e imaginários. Além
da fotografia também explora o vídeo, a gravura, o desenho e outras
configurações multimídia.
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